Emma é uma mulher de meados do século XVIII que, aos 21 anos,
está decidida a não casar. Para ela, a perspectiva da subserviência não é uma
alternativa à vida que tem, de boa renda, independência e conforto.
A observação dos relacionamentos com os quais convive, como
o da irmã Isabella com John Knightley, marcados muitas vezes pela tolerância e necessidade
em detrimento de sentimentos mais nobres reforçam o posicionamento adotado.
Não tenho nenhum motivo que me leve ao casamento. Se eu estivesse apaixonada, aí seria diferente! Mas nunca me apaixonei, não é da minha índole, nem de minha natureza. Acredito que nunca me casarei. E, sem amor, tenho certeza de que seria uma tola ao trocar meu conforto por um casamento. Não preciso de fortuna, nem de ocupação, muito menos de posição na sociedade. Acredito que pouquíssimas mulheres são, verdadeiramente, donas de suas casas como eu sou de Harietfield. E nunca, jamais, poderia esperar ser tão amada e tão considerada como sou agora, a favorita e a única aos olhos de meu pai.
Não resta dúvida de que o fato de ser herdeira coloca Emma
em uma posição confortável, mas, para a época, mesmo para quem estivesse nessa condição,
o casamento era praticamente um ato obrigatório, o que reforça a ideia de que Jane
Austen foi uma mulher a frente do seu tempo.
Vale destacar que, no século XXI, ainda há quem veja o
casamento como o caminho para chegar à fortuna, ter uma ocupação e/ou uma posição
na sociedade. E mesmo não querendo para si, Emma atuava como casamenteira para
as amigas menos afortunadas do que ela, postura que, para muitos, era vista
como contraditória.
Sagaz, Emma, no geral, não ligava para os julgamentos e seguia
elaborando estratégias para viabilizar as mais vantajosas uniões entre as
pessoas do seu convívio. Pois, por mais que não quisesse casar, ela sabia que
precisava manter a convivência os que estimava para se manter feliz, longe do
tédio da solidão.
Apesar do desgaste peculiar aos livros de biblioteca, esta edição
de Emma, publicada em 2012 pela Martin Claret, com 597 páginas, conta com diagramação
delicada nas fontes e imagens que separam alguns capítulos.
Neste final de semana, consegui comprar minha edição da
coleção Saraiva de Bolso que, certamente, não se equipara a da Martin Claret, mas
chegará para compor meu acervo a custo zero, pois o volume foi adquirido com os
pontos Saraiva Plus. 😉
No último dia de setembro de 2018, foram lidos três capítulos
de Emma, e um de A Tormenta de Espadas.
Leituras que seguem!
⇒ Dia 49|365
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