01 outubro 2018

Emma e a instituição casamento


Emma é uma mulher de meados do século XVIII que, aos 21 anos, está decidida a não casar. Para ela, a perspectiva da subserviência não é uma alternativa à vida que tem, de boa renda, independência e conforto.
A observação dos relacionamentos com os quais convive, como o da irmã Isabella com John Knightley, marcados muitas vezes pela tolerância e necessidade em detrimento de sentimentos mais nobres reforçam o posicionamento adotado.
Não tenho nenhum motivo que me leve ao casamento. Se eu estivesse apaixonada, aí seria diferente! Mas nunca me apaixonei, não é da minha índole, nem de minha natureza. Acredito que nunca me casarei. E, sem amor, tenho certeza de que seria uma tola ao trocar meu conforto por um casamento. Não preciso de fortuna, nem de ocupação, muito menos de posição na sociedade. Acredito que pouquíssimas mulheres são, verdadeiramente, donas de suas casas como eu sou de Harietfield. E nunca, jamais, poderia esperar ser tão amada e tão considerada como sou agora, a favorita e a única aos olhos de meu pai.
Não resta dúvida de que o fato de ser herdeira coloca Emma em uma posição confortável, mas, para a época, mesmo para quem estivesse nessa condição, o casamento era praticamente um ato obrigatório, o que reforça a ideia de que Jane Austen foi uma mulher a frente do seu tempo.
Vale destacar que, no século XXI, ainda há quem veja o casamento como o caminho para chegar à fortuna, ter uma ocupação e/ou uma posição na sociedade. E mesmo não querendo para si, Emma atuava como casamenteira para as amigas menos afortunadas do que ela, postura que, para muitos, era vista como contraditória.
Sagaz, Emma, no geral, não ligava para os julgamentos e seguia elaborando estratégias para viabilizar as mais vantajosas uniões entre as pessoas do seu convívio. Pois, por mais que não quisesse casar, ela sabia que precisava manter a convivência os que estimava para se manter feliz, longe do tédio da solidão.
Apesar do desgaste peculiar aos livros de biblioteca, esta edição de Emma, publicada em 2012 pela Martin Claret, com 597 páginas, conta com diagramação delicada nas fontes e imagens que separam alguns capítulos.
Neste final de semana, consegui comprar minha edição da coleção Saraiva de Bolso que, certamente, não se equipara a da Martin Claret, mas chegará para compor meu acervo a custo zero, pois o volume foi adquirido com os pontos Saraiva Plus. 😉
No último dia de setembro de 2018, foram lidos três capítulos de Emma, e um de A Tormenta de Espadas.
Leituras que seguem!
⇒ Dia 49|365

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