A crônica de Lima Barreto publicada em janeiro de 1921, com
o título Coisas de “mafuá”, mais uma
vez sugere uma reflexão sobre os caminhos seguidos pelas instituições no Brasil
e como o brasileiro tenta se adaptar.
O texto apresenta um diálogo entre dois personagens que,
dias antes, estiveram no ‘mafuá’, uma espécie de parque de diversões, onde as
pessoas ganham prêmios jogos. Os prêmios quase nunca pagos em dinheiro, mas em
animais, como, por exemplo, galinhas.
Um dos vencedores conta para o dono de uma das bancas que
foi preso naquela noite, justamente e por andar tarde da noite com a galinha.
Os policiais que cruzaram com ele jugaram que ele tinha furtado
o animal do quintal de alguém.
Para ele, a forma de evitar esse tipo de mal-entendido é
mudar a forma de premiação: ao invés dos animais, dinheiro.
Porém, na verdade, o problema não está na forma de
premiação, mas sim na conduta dos policiais, que prejulgam e prendem, numa
total inversão de valores, com o acusado tendo que provar que é inocente, no
lugar dos representantes da lei, comprovarem a responsabilidade pré-julgada.
Êh, Brasil! 💭
⇒Dia 76 | 365
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