01 janeiro 2018

Retrospectiva literária


No final de 2016, reorganizando o processo de leituras, defini como meta para 2017 a leitura de um livro por semana, a ser sorteado na BookJar, o que resultaria em 52 livros lidos no ano.

Sabia que a meta era audaciosa e que requereria algumas adaptações para dar conta das outras metas, tanto pessoais, quanto as profissionais, mas segui em frente!

Hoje, ao olhar para trás e reviver os doze meses encerrados ontem, percebo que não apenas foi mais fácil do que pensei, como extremamente proveitoso chegar ao resultado de 61 livros lidos ao longo do ano.

Diminui o tempo dedicado às redes sociais. Inseri a leitura obrigatória de algumas páginas por dia. Descobri que a leitura antes do início das atividades profissionais me ajuda a me concentrar mais facilmente. O Kindle e o livro da vez se tornaram companheiros inseparáveis. Percebi que, mesmo com as inúmeras e muitas vezes irresistíveis distrações, focar nas páginas impressas e/ou digitais é questão de hábito, como qualquer atividade, e com o tempo a gente pega o jeito.

Apesar de todas as conquistas e de, ao final do ano, ter ficado com saldo de nove livros a mais dos 52 planejados inicialmente, nem sempre consegui concluir a leitura em uma semana, além de ter abandonado o sorteio na Book Jar no mês de fevereiro.

Sem querer justificar, mas já justificando, me deixei levar por projetos literários, como o da Tatiana Feltrin, “Lendo O Senhor dos Anéis”, de J.R.R.Tolkien. Me rendi aos encantos de George Martin, em “As Crônicas de Gelo e Fogo”. Passei a participar do grupo Leia Mulheres Natal (que experiência!!!), que me abriu para novas autoras, algumas que ganharam cadeira cativa, como Virgínia Woolf, Maria Valéria Rezende e Marjane Satrapi. Embarquei na viagem de Marcel Proust, “Em Busca do Tempo Perdido” ❤. Segui meu instinto e me permiti testemunhar “A Cerimônia do Adeus”, que Simone de Beauvoir presta a Jean-Paul Sartre e, neste caminho, encontrei um homem de caráter questionável, mas de ideias impressionantes. Intrigada pela ambivalência do autor, me permiti segui-lo pelos “Caminhos da Liberdade” e já conclui “A Idade da Razão” com mais questionamentos do que no inicio da trajetória.

Ainda na perspectiva existencial, sofri com as angústias de Sylvia Plath em sua “A Redoma de Vidro”, e descobri que ela também é nossa. Passei por obras espíritas, filosóficas, teóricas, mas não menos marcantes, como Paulo Freire e sua “Pedagogia do Oprimido”. Revisitei a história do Brasil, em “Agosto”, de Rubem Fonseca; nas obras de Zuenir Ventura sobre o ano de 1968. Estive na Rússia em duas ocasiões: Na Segunda Guerra Mundial, com Svetlana Aleksievitch, em “A Guerra Não Tem Rosto de Mulher”, e no final do século XIX com aquele que se tornou um novo amor, Liev Tolstói ❤, com sua “Anna Kariênina”.

Retornei ao Brasil com as releituras das obras de Caco Barcellos, “Abusado -  O Dono do Morro Dona Marta” e “Rota 66 -  A História da Polícia que Mata”; me joguei nos braços de Machado de Assis, Clarice Lispector, Dias Gomes, Nelson Rodrigues, Mário de Andrade e Dráuzio Varella. Me aventurei na poesia de Ferreira Gullar e Zila Mamede, enfrentei meu preconceito com best-sellers com James C. Hunter, em “O Monge e o Executivo”, e continuei a viagem pelo mundo, com “Otelo”, de Shakespeare; “Morte em Veneza”, de Thomas Mann; e no “Assassinato no Expresso do Oriente;’, de Agatha Christie.

Adaptações fazem parte da implementação de todo planejamento e ao refletir sobre esta trajetória só posso dizer que o resultado valeu cada minuto de dedicação, inclusive aqueles destinados aos livros que não gostei, pois cada um deles me abriu portas, me transformou.

As metas e o planejamento para 2018 ainda estão em elaboração, mas a única certeza é a continuidade desta viagem sem fim! Vamos? 😊

2 comentários:

  1. Você me inspira! No ano de 2017 não consegui cumprir minhas metas literárias, mas esse ano, sinto que será diferente! Te ler me motiva!

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    1. Que coisa boa te ter por aqui, Paty! As metas sempre nos desafiam e acredito que o mais é importante é não desistir e recomeçar quantas vezes forem necessárias. O desejo já temos! Fico feliz por saber que inspiro quem também me inspira! <3

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