08 janeiro 2018

A memória afetiva de uma música

Há uns dias, estava no carro com meu pai quando começou a tocar na rádio a música Because you loved me, de Celine Dion. E, apesar de não ter nenhum dom para a música, sou muito musical.



As músicas falam comigo, marcam períodos, pessoas, fato, me fazem viajar no tempo e me conectar com cada referência, sempre que as ouço novamente. Realmente me emocionam. Isso foi exatamente o que aconteceu ao ficar em contato com aquela música. 

A canção de Celine Dion é parte da trilha sonora do filme Up Close and Personal (Íntimo e Pessoal | 2000), com Robert Redford e Michelle Pfeiffer, um dos meus preferidos da vida. Nele, ambos interpretam jornalistas. Ele, um veterano na profissão, que ajuda a ambiciosa Sally a conquistar o sonho de se tornar uma estrela do jornalismo norte-americano.



Os dois constroem uma relação profissional e pessoal que viabiliza o crescimento mútuo, mesmo que por caminhos diferentes, o que os obriga a se refazer também na individualidade. Tudo isso no contexto dos bastidores da notícia, tenso e intenso, que o torna envolvente.
A memória afetiva que me leva da música ao filme pode não explicar racionalmente o porquê de aquela me emocionar na medida em que revejo, em pensamento, trechos deste, mas posso afirmar que ambos merecem o tempo dedicado a eles.
Com Celine Dion em meus pensamentos, aproveitei para quitar algumas pendências e assistir a mais um filme de Robert Redford que estava na minha lista Netflix à espera: Conspiração e Poder (2015). 
Baseado em um escândalo jornalístico envolvendo o presidente George W. Bush, em 2004, neste filme, Robert Redford e Cate Blanchett dão vida aos jornalistas Dan Rather e Mary Mapes que fazem a denúncia às vésperas da eleição presidencial. 
A narrativa mostra a produção da entrevista, a caçada para desacreditar a equipe envolvida na reportagem e nos faz refletir sobre como as empresas de comunicação e os donos do poder lidam com os fatos que dizem respeito a todos nós, enquanto cidadãos.

Nossa história era sobre se Bush cumpriu seu serviço. Mas não querem falar disso, só d fontes, falsificações, conspirações, porque é isso o que se faz hoje, quando não se gosta da história. Apontam e gritam, questionam sua política, sua objetividade, sua humanidade básica. E desejam que a verdade se perca no caminho. E, quando finalmente acaba, chutaram e gritaram tanto, que sequer lembramos qual era o argumento.

Mary Mapes (Cate Blanchett) | Conspiração e Poder | Direção: James Vanderbilt
Aí estão duas dicas de filmes para aqueles que, assim como eu, são encantados pelo mundo das informações e, em especial, pelo que acontece nos bastidores da produção de notícias.


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