22 janeiro 2018

Carlota Joaquina, Princesa do Brasil


No embalo das referências apresentadas por Raymundo Faoro, em Os Donos do Poder | Formação do Patronato Político Brasileiro, livro no qual o autor revisita a história de Portugal para explicar a do Brasil, personagens e fatos mencionados pelo autor nos levam a buscar fontes de informações em uma lista que tende ao infinito.

Neste caminho, rever o filme Carlota Joaquina, Princesa do Brasil (1995) é uma oportunidade de vivenciar de maneira condensada aquilo que Faoro apresenta tão detalhadamente, a respeito do fim do período colonial brasileiro, em especial o período entre a vinda da família real para o Brasil, em 1808, e o retorno para Portugal, em 1821,

O longa-metragem dirigido por Carla Camurati conta com elenco formado por Marieta Severo (Carlota Joaquina), Marco Nanini (Dom João) e Marcos Palmeira (Dom Pedro), entre outros, que dão vida as personagens que nos permitem visualizar a história da nossa formação.

Das relações políticas entre Portugal, Inglaterra e França à promiscuidade das relações mantidas por Carlota Joaquina, que resultaram em seus nove filhos, até a similaridade entre a constituição da Dinastia de Avis, no século XIV, em Portugal, pela tomada de poder por um bastardo, como cogita-se que Dom Pedro também era, são elementos retratados na obra.

As relações sociais, a miscigenação, a prevalência pela busca do reconhecimento do morador local enquanto nobre, apesar da falta de dinheiro que bancasse tal nobreza, como forma de conquistar o apoio da sociedade ao projeto português de exploração e não de desenvolvimento e o descontentamento que começa a envolver as duas nações que termina por inviabilizar a manutenção do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

A obra, disponível no Claro Vídeo e no YouTube, é, em muitos aspectos, caricata, ao mesmo tempo em que traz elementos fieis à obra de Faoro. Vale o tempo dedicado! 😊

Sinopse


Um painel da vida de Carlota Joaquina (Marieta Severo), a infanta espanhola que conheceu o príncipe de Portugal (Marco Nanini) com apenas dez anos e se decepcionou com o futuro marido. Sempre mostrou disposição para seus amantes e pelo poder e se sentiu tremendamente contrariada quando a corte portuguesa veio para o Brasil, tendo uma grande sensação de alívio quando foi embora.

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