O final
do ano é período propício para a revisão de condutas e resultados, afinal, é o
encerramento de mais um ciclo e a preparação para nova etapa de nossas vidas
que, devido às demandas, precisa ter significado para nos motivar a fazer mais
e melhor. Por isso, refletir sore os valores que nos movem é passo essencial
neste momento de reorganização de trajetória.
Esta é a
proposta do livro Somos Todos Canalhas |
Filosofia Para Uma Sociedade em Busca de Valores, dos professores Clóvis de
Barros Filho e Júlio Pompeu, publicado com 304 páginas, pela Casa da Palavra em
2015.
Dividida
em quatro etapas, a obra, construída em formato de diálogo, apresenta conceitos
de valor a partir da perspectiva dos Gregos, de Cristo, dos Modernos e dos
Utilitaristas, até chegar a uma reflexão sobre a fidelidade e a tolerância, tão
necessária em tempos de acirradas disputas ideológicas.
Com base
no entendimento contextualizado de pensadores como Aristóteles, Platão, Leibniz,
Rousseau, Kant, John Stuart Mill, Descartes, Hegel, entre outros, os autores nos
levam a refletir sobre questões contemporâneas em alta, como a ética e como
nossas escolhas individuais mais simples têm impacto no cotidiano coletivo.
A ética é essa busca intersubjetiva da melhor convivência.
Refletir
sobre valores e a relatividade de seus significados, no plural mesmo, confirma
a ideia de que a vida é para ser vivida da melhor forma possível, já que não existem
fórmulas pré-estabelecidas que sejam perenes e, justamente por isso, requer o realinhar
de conceitos, escolhas e condutas àquilo que os novos tempos requerem de e para
nós.
Mesmo
que saibamos que nem todos levarão em conta o outro, somos responsáveis pelas
nossas próprias escolhas e omissões e não podemos deixar que terceiros definam o
futuro da sociedade sem que deixemos a nossa contribuição, de preferência,
positiva. 😊
Sempre alguém poderá pretender – com consciência disso - fazer prevalecer o próprio interesse particular em detrimento da convivência, em detrimento do outro. Um outro conhecido, como no caso da esposa ou do colega de república, ou um outro genérico, como o usuário vindouro do vaso sanitário num banheiro de rodoviária. Incapaz de abrir mão, de transcender o próprio umbigo, o próprio prazer, glória ou reconhecimento. Alguém que persegue metas e resultados a qualquer preço, com sangue nos olhos e faca nos dentes, num cio eterno. Sem valores, confunde esterco com marrom glacê. Acumulador convicto, afoga-se no acúmulo. Oscila entre a frustração pela riqueza do outro e o medo de perder o fruto de sua indignidade. Este é o canalha, que, reunido com outros em bandos, constitui o público-alvo deste livro.
Este é
um livro no estilo resumão de filosofia sobre valores que pode e deve ser lido
e relido ao longo do tempo, sem pressa. Vale a leitura!
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