30 dezembro 2017

Ansiedade


Há alguns anos discuto com uma amiga se ouvir audiolivros conta como leitura feita e, até bem pouco tempo, afirmava categoricamente que não, mas já não tenho tanta certeza assim.

Em 2016, utilizei o método Shadow Reading na releitura de Comer, Rezar e Amar, que consiste na leitura do texto acompanhado do áudio que, neste caso, estavam ambos em inglês. A prática tornou a leitura mais fluida, além de ter facilitado a apreensão de novos termos e expressões.

Passei a utilizar o mesmo método na leitura de O Livro dos Espíritos e, desde então, pesquiso sobre sites e canais de audiolivros. Neste ano, comecei a utilizar a versão gratuita do Ubook.com e ouvi algumas obras durante treinos de corrida, como A Arte da Guerra, de Sun Tzu, A Metamorfose, de Kafka, e Senhora, de José de Alencar. Esta última ainda não conclui e quero recomeçar com o método Shadow Reading.

Todas as obras mencionadas foram releituras e talvez por esta razão não tenha tido dúvidas sobre a utilização dos audiolivros como instrumento complementar à leitura. Porém, nas últimas semanas, aproveitei uma promoção de assinatura anual do Ubook.com e passei a explorar melhor o portal que oferece no catálogo de revistas semanais a livros técnicos, de ficção, não-ficção, clássicos e estrangeiros.

O primeiro livro que ouvi nesta nova etapa foi Ansiedade – Como Enfrentar o Mal do Século, de Augusto Cury, que me indicaram e tinha entrado na lista das obras a serem lidas.

O audiolivro classificado na categoria Autoajuda / Inspiração é da editora Instituto Augusto Cury, dividido em 15 capítulos, com duração de 3h55 e foi narrado por Leandro Augusto. A obra que, até então, era inédita, foi consumida em dois dias e, como durante a leitura de livros, com direito a anotações de citações.

Com a proposta de discutir o que chama de Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), Augusto Cury baseia suas reflexões em ícones da literatura como o existencialismo de Jean-Paul Sartre e a Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire, além dos ensinamentos de Freud.

O autor segue este caminho para mostrar ao leitor que, apesar de vivermos o dobro do que viviam os homens da Idade Média, em termos de qualidade perdemos de maneira tão significativa quanto a quantidade de anos que ganhamos e, segundo ele, a causa está na dificuldade para lidar com as questões subjetivas da vida, situação agravada pela quantidade de informações que nos rodeiam.

O livro apresenta um série de perfis que ajudam o leitor a identificar os tipos de problemas que enfrenta no cotidiano e que podem ser causa de ansiedade, agravada pela SPA, como dores de cabeça e musculares, dificuldade de concentração, cansaço ao acordar, mau humor, entre outros.

Além da lista de perfis, o autor apresenta uma série de orientações com dicas práticas para que possamos responder ao questionamento feito pelo autor:


Que estratégia você usa para ser autor da sua história?

Este não é o tipo de livro que faço questão de ter na minha instante, até porque prefiro as obras que inspiraram o autor, mas é uma leitura fácil, especialmente para o período de férias.

Até aqui, sigo com a dúvida: livro ouvido é livro lido?

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