Não sei quanto a você, leitor, mas eu confesso que tendo a não
dar chance aos livros da moda. Sim, pode denominar tal postura de preconceituosa,
pois é o que ela de fato é. E foi por puro preconceito que me mantive longe do
livro O Monge e O Executivo, de James
C. Hunter, que já vendeu mais de 3 milhões de cópias desde 2004, ano de
lançamento da primeira edição pela Sextante.
Há alguns anos eu já tinha a versão em e-book da obra que conta
com 144 páginas e, na última semana, resolvi superar o bloqueio e abri a
primeira página do livro. Para minha surpresa, não parei até concluir a leitura
que tem como enredo a experiência de seis pessoas de diferentes áreas de atuação
profissional em um mosteiro nos Estados Unidos, durante uma semana.
John Daily é um dos seis integrantes do grupo e só aceitou
participar do período de reflexão por acreditar que a oportunidade oferecida
pela esposa era, na verdade, um ultimato com o objetivo de melhorar o
relacionamento entre eles. À época, Daily enfrentava problemas no casamento, com
os filhos e no trabalho.
Como gestor de uma empresa do ramo de vidro industrial, John
Daily logo identificou na ida ao mosteiro a oportunidade de descobrir o
paradeiro de um grande empresário, Leonard Hoffman, que tinha sido referência
em liderança, mas que há alguns anos, após a morte da mulher dele, desapareceu
do mercado ao optar pelo enclausuramento.
O agora frade Simeão, Len Hoffman morava no mosteiro há dez
anos quando conheceu John Daily e oi o responsável pela condução das aulas
sobre liderança.
Durante os encontros realizados entre os cinco momentos religiosos
do dia, o grupo, sob a orientação de
Simeão, discutiu sobre ser líder; liderança; poder e autoridade; a prática de liderança
dos maiores nomes da humanidade como Jesus, Martin Luther King, Gandhi e Madre
Teresa, por exemplo; entre outros conceitos que levaram o grupo a descontruir
paradigmas - entendidos como construções
psicológicas – para reconstruir novos modelos.
Apesar de os debates seguirem os ensinamentos de Jesus,
considerado por Simeão como o maior líder que a humanidade, o livro não trata
de religião, mas fala sobre serviço, disciplina, comportamento e amor enquanto
atitude e não sentimento e como todos esses elementos juntos alimentam e
fortalecem os relacionamentos, a confiança e a coesão entre os seres e,
consequentemente, dos grupos.
Hunter nos leva a perceber que para sermos bons lideres é
preciso, antes de qualquer coisa, sermos bons seres humanos, o que justifica o sucesso
do livro!
A tarefa de ouvir ativamente acontece em sua cabeça (...). O ouvir ativo requer esforço consciente e disciplinado para silenciar toda a conversação interna enquanto ouvimos outro ser humano. Isso exige sacrifício, uma doação de nós mesmos para bloquear o mais possível o ruído interno e de fato entrar no mundo da outra pessoa mesmo que por poucos minutos. O ouvinte ativo tenta ver as coisas como quem fala as vê e sentir as coisas como quem fala as sente. Essa identificação com quem fala se chama empatia e requer muito esforço.
Esta leitura vale tanto que já quero ler De Volta Ao Mosteiro: O Monge e O Executivo
falam de liderança e trabalho em equipe, do mesmo autor.
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