O texto do escritor inglês, que viveu no final do século XVI e início do XVII, nos permite acompanhar a trama armada por Iago que almeja o cargo de homem de guerra de Otelo, o general mouro de Veneza, que opta por Cássio, pelo fato deste ter mais conhecimento e experiência na área.
Inconformado, Iago trama sua vingança contra Otelo e Cássio,
ao plantar a dúvida sofre a fidelidade de Desdêmona, mulher do general. Iago
leva Otelo a crer que ela, uma mulher branca e da alta classe veneziana, não
poderia ser, de fato, apaixonada por ele, um homem de cor responsável pela
manutenção da paz da elite branca.
Ah, cuidado com o ciúme;
É o monstro de olhos verdes que debocha
Da carne que o alimenta
Iago induz Otelo a suspeitar da infidelidade da mulher com
Cássio ao criar situações que, para uma pessoa que não reconhece os próprios
valores, como Otelo, – valores estes que despertaram o interesse de Desdêmona
- representam fatos incontestáveis da
traição de ambos.
Não é por acaso que se tem ciúme,
Só se o tem porque se o tem; é um monstro
Que é gerado e partido por si mesmo.
A honra é essência que ninguém enxerga.
Muitas vezes a têm os que a não têm.
Nesta peça, Shakespeare fala não só sobre a ganância pelo
poder, mas também a respeito do racismo, sexismo e classes sociais, por
exemplo, que fazem deste texto uma obra essencialmente contemporânea.
A esse respeito, o professor de Direito da FGV, José Garcez
Ghirardi, nos fala em um dos episódios do programa Literatura Fundamental (para
assistir, clique aqui ), sobre as transformações sociais à época na qual a sociedade estava em
transição do período medieval para o moderno. Transformações bastante similares
as que vivenciamos na atualidade.
Vale a leitura! 😊
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