A experiência nos mostra que relações mais marcantes não
são, necessariamente, as mais extensas. A intensidade com a qual são
estabelecidas é que determina o furor capaz de transformar nosso cotidiano de
maneira determinante.
A mesma lógica pode ser atribuída à leitura de contos e
poesia. Os textos, quando bem escritos, têm a capacidade de nos prender de
maneira tão intensa quanto os longos e envolventes romances. É isso o que
acontece na leitura de “Escândalo na Boêmia -
Um caso de Sherlock Holmes”.
Neste conto, que inaugura a parceria entre Holmes e Watson
em investigações realizadas na Londres do final do século XIX, temos também o
registro da única derrota sofrida pelo detetive que, neste caso, é despistado
por uma mulher.
Nas 34 páginas que compõem a obra publicada pelo Extpresso
Zahar, Arthur Conan Doyle apresenta um texto que inclui mistério, estratégias,
reflexões que remetem o leitor a fatos do cotidiano, ação, suspense e romance,
sem falar que também desperta o desejo de acompanhar outras investigações
realizadas pela famosa dupla.
Nunca falou das paixões mais ternas senão com certa zombaria e um sorriso de desdém. Esses sentimentos eram admiráveis para o observador — excelentes para revelar os motivos e as ações dos homens. Para o homem de raciocínio treinado, porém, admitir tais interferências em seu temperamento sensível, sutilmente equilibrado, era introduzir um fator de perturbação capaz de abalar todos os seus julgamentos.
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