Escritas há mais de 260 anos, as cerca de quarenta páginas
que compõem “A Bela e a Fera” representam um clássico da literatura universal
por terem a capacidade de expor aos leitores das mais diversas faixas etárias a
importância de refletirmos sobre os valores que escolhemos como balizadores de
nossa conduta.
Publicado no ano de 1756, em Londres, por J.-M. Leprince de
Beaumont, o conto de fadas narra a história de Bela e sua família, composta por
duas irmãs, dois irmãos e o pai.
Por serem bonitas, terem posses e, portanto, representarem
boas opções de casamentos, as três moças eram sempre cortejadas pelos rapazes à
época. Porém, apesar de ser a mais bela das três, Bela não demonstrava
interesse no matrimônio e afirmava que passaria seus dias fazendo companhia ao
pai e lendo.
Mesmo com pretendentes, as irmãs tinham inveja de Bela e não
se contentavam com as propostas que lhes eram feitas. Desejavam casar com os
homens mais inteligentes, bonitos e ricos da cidade, o que as levava a esnobar
os candidatos.
Tudo mudou quando a família de Bela perdeu todo o dinheiro e
foi obrigada a se mudar para o campo. Os pretendentes desapareceram, pois, o
interesse deles era muito mais destinado à fortuna do que às irmãs. A exceção
desta situação era Bela que, sempre gentil, tinha a simpatia dos rapazes que,
mesmo a moça tendo se tornado pobre, desejavam casar com ela.
Bela se manteve fiel ao pai e logo começou a valorizar as
vantagens daquela vida mais simples. Trabalhava arduamente no campo enquanto as
irmãs, mesmo nestas circunstancias, continuavam a trata-la mal.
Um dia, quando o pai de Bela voltava do porto, encontrou um
belo castelo iluminado, onde entrou e, apesar de não encontrar ninguém, teve
jantar e local para descansar. No dia seguinte, arrancou uma rosa do jardim
para presentear Bela. Neste momento, a Fera, que era dona do castelo, apareceu
e amaldiçoou o pai por ter arrancado a flor, dizendo que ele deveria trocar de
lugar com a filha, que deveria morrer pelo crime cometido pelo pai.
No dia seguinte, com total apoio das irmãs, mas contra a
vontade do pai, Bela segue para o castelo, onde é recebida pela Fera que não só
não a mata, como a trata como uma rainha, com delicadeza e luxo.
O convívio faz com a Bela e a Fera conheçam o interior um do
outro e nos leva a refletir a respeito das aparências, das relações baseadas em
interesses e da necessária honestidade com os próprios sentimentos.
A Bela e a Fera nos convidam a olhar o outro em essência e,
por mais clichê que possa parecer, é um texto bastante atual em uma época na
qual temos valido mais pelo que mostramos do que por aquilo que realmente
somos. As redes sociais são exemplo disso!
Vale a leitura!
Podemos nos corrigir do orgulho, da cólera, da gula e da preguiça. Mas a conversão de um coração mau e invejoso é uma espécie de milagre.
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