Uma das características dos estudos acadêmicos, ao menos nas
áreas das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, é o elevado volume de cópias de
textos e fragmentos de textos para serem lidos para as diversas disciplinas.
Quando é possível, e há a necessidade da leitura na íntegra,
comprar o livro é sempre o passo número um. Mas não foi isso o que aconteceu
com Educação e Reforma, de Martim
Lutero, para a disciplina Educação Brasileira.
Apesar de ter sido publicado em 2000 pela editora Concórdia,
em Porto Alegre, o livro está esgotado. Encontrei apenas um exemplar no site
Estante Virtual, ao preço de R$ 150,00, fora o frete. Por isso, fiquei com a
cópia das 124 páginas que custou menos de R$ 5,00.
A obra é composta por dois textos de Lutero, escritos em
1524 e 1530, na Alemanha. No primeiro manifesto ele busca sensibilizar as
autoridades para a criação de escolas comunitárias para todos (meninos e
meninas), com professores pagos, e de bibliotecas para a manutenção e difusão do
conhecimento.
No segundo texto Martim Lutero se volta aos pais com o intuito
de sensibilizar os familiares da importância de enviar as crianças para a
escola e não apenas inseri-los nas atividades comerciais.
Com um texto que surpreende pela atualidade dos
questionamentos apresentados, bem como pela forma dura com a qual se refere aos
interlocutores, Lutero remete o leitor a uma viagem pela Alemanha do século XVI
que poderia ser facilmente substituída por diversas partes do mundo deste século
XXI.
A defesa por uma educação para todos e de responsabilidade
das autoridades é justificada nos dois manifestos por passagens bíblicas que
reforçam a necessidade de instrução da sociedade, para que ela tenha condições de
se desenvolver material e espiritualmente.
O melhor e mais rico progresso de uma cidade é quando ela tem muitas pessoas bem instruídas, muitos cidadãos sensatos, honestos e bem educados. Estes então podem ajuntar, preservar e usar corretamente riquezas e todos os tipos de bens. (LUTERO, 2000, p. 19)
Cinco séculos depois da divulgação dos manifestos de Lutero,
ainda é preciso reforçar a necessidade de união entre o Estado, a família e a sociedade
para o desenvolvimento das crianças e, consequentemente, das nações.
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