No
primeiro dia do ano, enquanto concluía o planejamento das metas e
atividades para 2017, encontrei no meu computador um livro que
comecei a ler no ano passado e por alguma razão não concluí.
“Jornalismo Literário”, de Felipe Pena, publicado pela Editora
Contexto, em 2006, conta com apenas 142 páginas e é, como a maioria
dos textos jornalísticos, de fácil leitura, consequência do
estilo.
A
obra é composta por oito capítulos, dos quais eu tinha lido três.
Em “uma sentada”, como dizem por aí, devorei as demais páginas
que abordam a história do jornalismo, a crítica literária, o New
Journalism – assim como o New
New Journalism -, a biografia, o
romance-reportagem e a ficção jornalística.
No
decorrer das páginas, o autor destaca que ao escrevê-laa
não teve
a intenção de esgotar o assunto, mas sim apresentar a temática e
propor o debate em uma área que tem sido cada vez mais atraente aos
jornalistas que, como ele, por diversas razões, se aventuram a ir
além da objetividade característica do texto jornalístico. É
possível – e preciso - ir além!
Ao
ler este trabalho de Felipe Pena, que é jornalista, psicólogo e
professor de Comunicação,
tive, em certos momentos, a impressão de que estava diante do
retrato de um período e de uma prática quase que totalmente
obsoletos, o que é no mínimo estranho, tendo em vista que o livro
fazer referência a fatos registrados até o ano de 2005.
O
que este sentimento revela é que apesar de o lapso temporal ser de
pouco mais de dez anos, as transformações pelas quais a sociedade
passou nesta década são significativas ao ponto de nos levar à
percepção de um período muito mais longo entre o registrado
naquele relato e os dias de hoje. As transformações sociais têm
consequência direta no fazer jornalístico que, como é possível
verificar diariamente, ainda tenta se reinventar em um ambiente cada
vez menos disponível à ser pautado por ele.
Acredito
que o livro de Felipe Pena cumpre a função de despertar o interesse
pelo Jornalismo Literário
na medida em que, a cada capítulo, apresenta além da discussão
proposta, autores e obras que aprofundam cada tema abordado. A lista
de indicações de leitura
inclui desde clássicos da Filosofia até autores contemporâneos de
diversas áreas, dos quais alguns títulos já tenho e serão lidos
e/ou relidos, e outros adquiridos. A wishlist
só aumenta!
Assim,
o livro “Jornalismo Literário” é o primeiro livro lido em 2017
e o recomendo àqueles que tiverem interesse neste tema. No momento,
continuo com a leitura do primeiro tomo de “A Riqueza das Nações”,
de Adam Smith, e “A Guerra dos Tronos – As Crônicas de Gelo e
Fogo”, de George Martin, no Kindle.