22 janeiro 2017

A Riqueza das Nações #2

A leitura do segundo livro do primeiro tomo de “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, foi concluída há alguns dias e traz um conteúdo mais fácil de ser consumido pelo leitor do que o livro I, provavelmente por tratar da “Natureza, acumulação e emprego do capital”. Em outras palavras, como ganhar dinheiro e como aplica-lo de forma a torna-lo rentável.
Além de ser um capítulo mais curto, não há dúvida de que o extenso trabalho de pesquisa realizado nas mais de 300 páginas do Livro I - “Causas do aprimoramento das forças produtivas do trabalho, e ordem segundo a qual seu produto é naturalmente distribuído entre os diferentes estratos do povo” - para nos apresentar os conceitos centrais que embasam toda a explicação sobre a riqueza dos indivíduos e das nações foram de grande valia. O Livro II aprofunda a perspectiva contextual da obra ao nos revelar aspectos do desenvolvimento social e econômico dos países europeus, das colônias inglesas na América, por exemplo, além de nos mostrar como a riqueza das novas terras descobertas influenciam neste desenvolvimento e no valor do dinheiro.
Nesta etapa do livro, o autor fala sobre “A divisão do capital”, “Da moeda considerada como um setor específico do capital geral da sociedade, ou do custo de manutenção do capital nacional”, “Da acumulação do capital, ou do trabalho produtivo e improdutivo”, “Do dinheiro emprestado a juros” e “Dos diferentes empregos do capital”.
É importante lembrar que Adam Smith viveu na Inglaterra no período de 1723 a 1790 e que, apesar de ser um cidadão do século XVIII, o conteúdo que ele nos traz neste livro é totalmente atual e, não à toa, integra a base da teoria econômica.
Falando em Economia, valor da moeda, lastro e liquidez são temas recorrentes – e essenciais - nesta etapa do livro, editado pela WMF Martins Fontes, assim como capital corrente e fixo, entre outros, tendo em vista a proposta do autor de nos revelar a relação cíclica para a reprodução do capital de atividades como agricultura e o comércio, entre a manutenção de atividades produtivas e improdutivas, assim como aborda a questão da liberdade intrínseca às relações comerciais, sempre com exemplos que nos ajudam a compreender a concepção teórica apresentada.
Neste sentido, é neste capítulo que Smith apresenta um dos principais aspectos do liberalismo, ao defender a ideia de que é natural a liberdade entre os homens de negociar, receber e cobrar aquilo que foi previamente acordado, e que cabe às leis civis protege-la. Sendo, portanto, a primeira um direito do indivíduo, enquanto que a segunda é dever do Estado.
Mesmo sendo uma leitura densa, a obra traz orientações relevantes a serem seguidas por qualquer indivíduo na preservação e ampliação de suas riquezas. Além disso, revela um olhar crítico aos interesses e ações de exploração por parte de aristocratas e/ou burgueses, classe em surgimento e ascensão à época. Ao mesmo tempo, Smith que deixa clara a importância da análise ambiental para identificação de oportunidades de investimentos de curto, médio e longo prazos, que tão bem caracterizam os burgos.
E mesmo com toda a sisudez que o tema requer, Adam Smith tem algumas tiradas que nos levam aos risos, como esta, na qual diz: “Pois, como diz o provérbio, se for para não ganhar nada, é melhor brincar do que trabalhar. ” Bom humor é tudo!


Leitura que segue!