Os desenhos japoneses marcaram minha infância e parte da
adolescência de maneira significativa. Esquadrão
Relâmpago Changeman, Comando Estelar Flashman
e Jaspion integram a lista, com
episódios inesquecíveis. Porém, foram Os
Cavaleiros do Zodíaco os que mais se destacaram.
A luta de Seiya de Pégasus, Shun de Andrômeda, Shiryu de
Dragão, Ikki de Fênix e Hyoga de Cisne para proteger a reencarnação da deusa
Atena, Saori Kido, me prendia a cada episódio, pois diferente da maioria dos
embates entre o bem e o mal, os dos Cavaleiros do Zodíaco não envolvem armas
físicas. O que os diferencia é o poder da energia de cada um, o cosmo,
aprimorado pelo autodesenvolvimento.
As discussões a respeito do nível de poder de força física
dos cavaleiros parecem ser infinitas. Porém, em meu entendimento (e aceito
explicações a respeito) é que a força intrínseca a cada cavaleiro é originária
de uma constelação zodiacal e à medida que há o aperfeiçoamento das técnicas,
disciplina e do desenvolvimento pessoal, os golpes aplicados à velocidade da
luz tornam-se mais poderosos, assim como os cavaleiros.
Esse processo de conexão entre o cavaleiro e seu cosmo é
mostrado com ênfase no filme “Os Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário”,
lançado no Brasil em setembro de 2014, em comemoração aos 20 anos de exibição
da trama no país.
O filme foi disponibilizado neste mês na Netflix e se num
primeiro momento fiquei receosa pelas mudanças nas feições das personagens e ambientação,
que representam bem o empenho dos japoneses quando o assunto é tecnologia e
sofisticação, a confirmação de que as personalidades daqueles papeis são
exatamente as mesmas que marcaram minhas lembranças tornou a experiência ainda
mais rica.
Na passagem pelas doze casas do zodíaco, em lutas contra os
Cavaleiros de Ouro, que levam ao encontro do Grande Mestre - que tenta roubar o poder de Atena para
instituir seu próprio reino – é possível ver a inocência de Seya, a passividade
de Saori, a rebeldia de Ikki, sentir o medo de Shun, o ego de Shiryu e a
sagacidade de Hyoga. A narrativa nos envolve em uma viagem pelo enredo e pelo
tempo, de maneira a nos mostrar que disputas de poder e as lutas mais duras não
precisam ser representadas por cenas de puro sangue.
Em tempos de violência exacerbada, a perspectiva revelada em Os Cavaleiros do Zodíaco reforma a máxima “não é o que você diz, mas como você diz”. Vale tanto assistir ao filme, quanto a reflexão!
Em tempos de violência exacerbada, a perspectiva revelada em Os Cavaleiros do Zodíaco reforma a máxima “não é o que você diz, mas como você diz”. Vale tanto assistir ao filme, quanto a reflexão!
Os Cavaleiros do Zodíaco -
A Lenda do Santuário (2014)
Sinopse: No sexto filme baseado na série de manhã, uma
menina com poderes misteriosos enfrenta uma batalha épica contra uma antiga ameaça
diabólica.
Elenco: Kaito Ishikawa, Kenji Akabane, Kensho Ono.
Direção: Keiichi Sato