28 janeiro 2017

Os Cavaleiros do Zodíaco - A Lenda do Santuário


Os desenhos japoneses marcaram minha infância e parte da adolescência de maneira significativa. Esquadrão Relâmpago Changeman, Comando Estelar Flashman e Jaspion integram a lista, com episódios inesquecíveis. Porém, foram Os Cavaleiros do Zodíaco os que mais se destacaram.

A luta de Seiya de Pégasus, Shun de Andrômeda, Shiryu de Dragão, Ikki de Fênix e Hyoga de Cisne para proteger a reencarnação da deusa Atena, Saori Kido, me prendia a cada episódio, pois diferente da maioria dos embates entre o bem e o mal, os dos Cavaleiros do Zodíaco não envolvem armas físicas. O que os diferencia é o poder da energia de cada um, o cosmo, aprimorado pelo autodesenvolvimento.

As discussões a respeito do nível de poder de força física dos cavaleiros parecem ser infinitas. Porém, em meu entendimento (e aceito explicações a respeito) é que a força intrínseca a cada cavaleiro é originária de uma constelação zodiacal e à medida que há o aperfeiçoamento das técnicas, disciplina e do desenvolvimento pessoal, os golpes aplicados à velocidade da luz tornam-se mais poderosos, assim como os cavaleiros.

Esse processo de conexão entre o cavaleiro e seu cosmo é mostrado com ênfase no filme “Os Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário”, lançado no Brasil em setembro de 2014, em comemoração aos 20 anos de exibição da trama no país.

O filme foi disponibilizado neste mês na Netflix e se num primeiro momento fiquei receosa pelas mudanças nas feições das personagens e ambientação, que representam bem o empenho dos japoneses quando o assunto é tecnologia e sofisticação, a confirmação de que as personalidades daqueles papeis são exatamente as mesmas que marcaram minhas lembranças tornou a experiência ainda mais rica.

Na passagem pelas doze casas do zodíaco, em lutas contra os Cavaleiros de Ouro, que levam ao encontro do Grande Mestre -  que tenta roubar o poder de Atena para instituir seu próprio reino – é possível ver a inocência de Seya, a passividade de Saori, a rebeldia de Ikki, sentir o medo de Shun, o ego de Shiryu e a sagacidade de Hyoga. A narrativa nos envolve em uma viagem pelo enredo e pelo tempo, de maneira a nos mostrar que disputas de poder e as lutas mais duras não precisam ser representadas por cenas de puro sangue.

Em tempos de violência exacerbada, a perspectiva revelada em Os Cavaleiros do Zodíaco reforma a máxima “não é o que você diz, mas como você diz”. Vale tanto assistir ao filme, quanto a reflexão!

 

Os Cavaleiros do Zodíaco -  A Lenda do Santuário (2014)
Sinopse: No sexto filme baseado na série de manhã, uma menina com poderes misteriosos enfrenta uma batalha épica contra uma antiga ameaça diabólica.
Elenco: Kaito Ishikawa, Kenji Akabane, Kensho Ono.
Direção: Keiichi Sato