Há alguns dias conclui a leitura de O Processo, de Franz Kafka, considerada a obra mais importante do escritor
da língua alemã, nascido no Império Austro-Húngaro, atual república Tcheca, mas
ainda estou digerindo o texto.
A origem de Kafka representa um pouco da confusão que causa
a leitura deste livro, lido em edição portuguesa publicada pela Editora Leya,
em e-book, em 2009, e que conta com 272 páginas.
O Processo conta a
história de Josef K., um gerente de banco, que um dia é acordado por representantes
da Justiça que o informam que ele está sendo processado e, por causa disso, está
sob custódia judicial.
O desenvolvimento da narrativa revela a rigidez da estrutura
burocrática do judiciário e a importância das relações pessoais para compreender,
minimamente, os caminhos processuais que podem – ou não - levar a solução do
caso pela absolvição de K. deste processo.
Uma das angústias que a leitura causa está justamente na
falta de explicação do que é o processo. É importante salientar que nem mesmo K.
sabe realmente com o que está lidando, apesar de todos com os quais convivem terem
conhecimento do processo e, de uma forma ou de outra, tentam ajuda-lo a
resolver a situação.
Uma das formas de compreender melhor este livro de Kafka está
na entrevista da professora Celeste Sousa ao programa Literatura Fundamental a
respeito da vida e desta obra do escritor, publicada postumamente.
Confesso que ainda não sei se gostei do livro, mas é
inegável que o texto e a relevância das relações pessoais e dos indivíduos versus
a rigidez burocrática nos levam à inevitáveis reflexões sobre o Brasil contemporâneo,
por exemplo, apesar de ter sido publicado pela primeira vez em 1925.
Talvez seja esta sensação paradoxal que configure um livro
como de qualidade uma obra como esta.
Talvez ninguém, entre nós, tenha o coração duro , talvez todos desejássemos oferecer a nossa ajuda , mas o nosso estatuto de funcionários da justiça dá - nos facilmente o ar de termos o coração duro e de não querermos ajudar ninguém . Isto faz - me realmente pena.
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