Poucas vezes me emocionei tanto assistindo a uma série como
aconteceu com a segunda temporada de 13 Reasons
Why. A produção da Netflix conta com 13 episódios que mostram a luta das pessoas
ao redor de Hannah Backer para retomar a vida, depois do suicídio da
adolescente e do conhecimento do conteúdo das fitas deixadas por ela na
tentativa de explicar as razões que a levaram a ato tão extremo.
A série traz reflexões sobre bullying, agressões sexuais
contra mulheres e homens, depressão, relações familiares, transtornos psicológicos,
fé, drogas, abuso de poder, hipocrisia social, justiça e a falta dela, assim
como as imprevisíveis consequências de todas essas situações, em especial, para
os adolescentes.
Se a adolescência já é uma fase difícil da vida por causa de
todas as transições que significa para o indivíduo, tragédias como o suicídio de
Hannah e todos os elementos que o envolveram afloram os sentimentos de maneira
ainda mais intensa do que a usual.
O fio condutor da segunda temporada é a busca dos pais de
Hannah pela responsabilização da escola por negligência com a aluna e, inclusive,
com casos de estupro e a cultura do machista preservados na história da instituição
de ensino.
Os depoimentos dos estudantes marcam a narrativa e revelam Hannah
como uma personagem que vai além daquela apresentada por ela mesma na primeira
parte da história. Este novo olhar reforça a ideia de que toda história tem ao
menos dois lados e que, todos eles serão interpretados por perspectivas
diferentes e a partir da construção social de cada indivíduo.
Os episódios têm cenas fortes que dificilmente deixarão de
tocar quem os assiste. O fato de abordar e expor temática e cenas de impacto,
além da classificação etária para maiores de 16 anos, reforçam a preocupação sobre
as consequências da exploração deste conteúdo, da forma explícita como foi,
como as lembranças de Bryce da noite em que estuprou Hannah e dos métodos de
Justin para esconder o uso de heroína, por exemplo.
Para amenizar tais impactos, a produção da série disponibiliza
no início e no final de cada episodio os canais de contato para aqueles que estiverem
passando por dificuldades e sentirem necessidade de conversar. Paliativo?
Talvez, mas sem dúvida é um alerta válido, necessário, até.
Apesar do receio no tocante a forma como o a série aborda
temas delicados, não há dúvida que todos eles precisam ser discutidos, com urgência,
como a agressão sexual contra as mulheres que é enfatizada em um dos episódios finais
da temporada.
Prepare os lencinhos, porque eu, preciso de algo mais leve!💭
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