25 julho 2018

Memória, Resumos e Fichamento

Desde a infância fui estimulada a ler, não só pela quantidade de livros infantis e histórias em quadrinhos disponíveis, mas pelo exemplo de leitores que meus pais sempre foram. 

Pode parecer clichê, mas é a mais pura verdade, a leitura expande o horizonte de quem se aventura pelas páginas dos livros e histórias são contadas.
As conexões que fazemos a partir de cada experiência vivenciada nas leituras só conhece aqueles que se colocam em contato com a narrativa criada por alguém, tão sedento por conhecimento quanto os que buscam saber mais sobre o que desperta a curiosidade.
Porém, por mais que a leitura seja, de fato, o caminho para novos mundos e a possibilidade de formação de um novo e inédito arcabouço teórico que, sim, mudará sua forma de perceber e interagir com o mundo, não dá para confiar 100% na memória.
O resgate das experiências anteriores acontece de maneira inesperada. São os insights que acontecem quando menos esperamos. 
Comigo, eles são frequentes durante a prática de atividades física, durante a corrida, em especial. Eles surgem rapidamente e fazem perceber que, na verdade, sempre estiveram ali.
Mas como fazer para não depender desses momentos aleatórios de inspiração?
O hábito da escrita é a solução! 
Marcar textos e livros são técnicas auxiliares deste processo, mas a escrita leva à fixação do conteúdo, seja ele qual for. Isso acontece porque permite a quem escreve o registro da compreensão que teve do conteúdo abordado e que pode ser consultado, sempre que necessário.
Dá trabalho? 
Sem dúvida que sim!
Mas, mais trabalhoso é o retrabalho de reler e/ou a incerteza sobre as informações que se quer e precisa para determinado fim, seja ele acadêmico ou não. 
Foi por causa disso que me permiti interagir mais com os livros e textos. Nada de leituras na tela do computador. Imprimo todos, faço marcações e anotações ao longo das páginas, marco trechos com post-it para mais fácil localização, para depois transformar tudo em um resumo ou resenha.
Quando o livro é de biblioteca e, por esta razão, não permite marcações e anotações, o fichamento é a alternativa. Apesar de lenta, esta opção é totalmente eficaz no processo de aprendizagem. 
Como é possível perceber, sou uma pessoa que precisa do contato com o papel e o lápis para melhor apreensão do conteúdo, mas cada pessoa tem uma forma de aprendizado que se adequa mais aos resultados esperados. Neste ponto, o autoconhecimento é fundamental! 
Alias, existe algo na vida no qual o autoconhecimento não seja o ponto de partida? 
Desconheço, mas este é tema para outro texto.
O importante aqui é perceber que independente do tipo de texto e/ou o objetivo da busca por informação, a apreensão se dá em um processo cíclico que integra leitura, interação com o texto, escrita e memorização.
Vale destacar que não estamos falando na memorização para decorar -  algo que nunca consegui na vida!-, mas sim a apropriação individual de uma nova forma de ver o mundo e de ampliação do repertorio que te levará à novas e inesperadas experiências.
Por isso, não tenha pressa!
O conhecimento é construído gradativamente, dia após dia, leitura a após leitura, texto elaborado após texto elaborado. Devagar e sempre!

Se você quer ir além, nada te impede de ir aos textos. Haverá dificuldades, por certo. Mas nada substitui a leitura. [Clóvis de Barros Filho & Júlio Pompeu | A filosofia explica grandes questões da humanidade]
O caminho é fantástico. Permita-se!

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