Há alguns dias conclui a leitura (?) do audiobook The Subtle Art of Not Giving a F*ck: A
Counterintuitive Approach to Living a Good Life, de Mark Manson, publicado
no Brasil com A Sutil Arte de Ligar o F*da-se,
e confesso que mais do que refletir a respeito do conteúdo do livro, retomei a discussão
comigo mesma para saber se considero ou não a apreciação de audiobooks como leitura.
Não há dúvidas de que a praticidade de plataformas como Ubook
viabilizam o contato com o conteúdo de livros e revistas, especialmente,
durante a execução de outras atividades, que teria mais dificuldades para ler
na forma tradicional, por questão de tempo.
Porém, por mais que já tenha afirmado neste mesmo espaço que
poderia sim considerar esta prática como leitura, o significado do verbo ler,
no dicionário, é:
- transitivo direto e intransitivo | percorrer com a visão (palavra, frase, texto), decifrando-o por uma relação estabelecida entre as sequências dos sinais gráficos escritos e os significados próprios de uma língua natural.
- transitivo direto e intransitivo | ter acesso a (texto, obra etc.) através de sistema de escrita, valendo-se de outro sentido que não o da visão.
- transitivo direto | p.ana. (da acp. 1) ter acesso a uma informação através de código não linguístico (composto de sinais gráficos ou não); decifrar.
- transitivo direto | conhecer, através de exame mais ou menos extenso (o conteúdo de um texto, obra etc.).
- intransitivo | dedicar-se à leitura.
- transitivo direto | interpretar (ideia, conceito etc.); compreender.
- transitivo direto e bitransitivo | fig. perceber (sentimentos, pensamentos ocultos), por meio de indícios.
- transitivo direto | extrair significado premonitório de; adivinhar.
- transitivo direto | decifrar, reconhecer (qualquer tipo de informação) através de mecanismo de leitura próprio.
- transitivo direto | inf B disponibilizar (dados) de um meio de armazenamento onde foram previamente gravados.
Se nas primeiras definições temos a exclusão dos audiobooks
para leituras, a partir da explicação número cinco, há maior abrangência e flexibilização
do conceito de ler, o que dá ainda mais margem a esta reflexão.
Porém, o que, afinal, Mark Manson apresenta no livro?
Diferente do que aconteceu na leitura de O Monge e o Executivo e De Volta ao Mosteiro, que me fizeram derrubar
preconceitos com best-sellers, A Sutil
Arte de Ligar o F*da-se não trouxe, para mim, nada de mais, além de
lembretes de práticas individuais que merecem realmente ser lembradas sempre.
Só por isso, vale a leitura!
De maneira geral e com um número considerável de exemplos
ilustrativos, a começar pelo relato de situações vivenciadas pelo próprio autor,
Mark Manson reforça a importância de cada um de nós assumirmos a
responsabilidade por nossas vidas e, consequentemente, por tudo o que acontece
nela em decorrência das nossas escolhas.
A partir daí já é possível perceber que a escolha do título
em português é pura jogada de marketing [o que não é um problema, apenas constatação],
tendo em vista que, de fato, o que o autor propõe é como cada um de nós deve
agir justamente para não ligar o
f*da-se. Alias, este é o titulo textual em inglês!
É um típico livro de autoajuda, com forte pegada de
marketing. Leitura leve, despretensiosa, indicada para quem não tem nada mais
interessante para ler.
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