02 maio 2017

O Senhor dos Anéis | As Duas Torres

A saga de Frodo para destruir o Um Anel na Montanha da Perdição, no coração de Mordor, é uma
história de ficção inglesa, como  descrito no índice catalográfico, que, a partir de um universo de fantasia, nos remete a reflexões a respeito dos valores que nos caracterizam enquanto indivíduos e baseiam as relações que estabelecemos.

No segundo livro de “O Senhor dos Anéis”, que na verdade é a segunda parte do enredo, intitulado “As Duas Torres”, esta realidade está bem presente. Nele, J. R. R. Tolkien nos revela como e porquê “A Sociedade do Anel” se desfaz e como cada integrante da comitiva, em seu novo caminho, pode contribuir para o êxito da missão dada a Frodo. E não, isso não é spoiler, afinal de contas a primeira edição do livro foi publicada em 1954!

 “As Duas Torres” é dividida em dois livros, sendo o primeiro destinado aos personagens da comitiva que não sabem para onde Frodo e Sam partiram. Ou melhor, até sabem, mas na tentativa de encontra-los, perdem também os outros dois hobbits, os quais fazem o possível e o impossível para reencontrar.

Na busca pelos dois pequenos, encontros e reencontros marcam a trajetória de Aragorn, Gimli e Legolas. O caminho que percorrem, além de reforçar os laços de amizade e lealdade, os coloca diante do desafio e da oportunidade de transformar “A Sociedade do Anel” de um grupo formado por nove pessoas, para um que envolva todas as forças do bem da Terra Média, dispostas a enfrentar os representantes do mal.

E assim enfrentam o orgulho, muitas vezes ferido, de homens sem esperança de vencer a guerra contra Saruman e Sauron, mas também sem muita disposição para confiar e se unir a outros povos. Nada como a necessidade e a urgência dos fatos, de uma guerra, para reverter situações desta natureza, não é mesmo?

Por sua vez, o segundo livro desta obra é destinado ao trajeto percorrido por Frodo e Sam até Mordor, mas sob a orientação de Sméagol que, como já tinha sido revelado por Gandalf na primeira parte da saga, também tem um papel relevante nesta história, do início ao fim. A briga interna da criatura, os embates com Sam e a gradativa perda das forças de Frodo para o Um Anel tornam a subida da Montanha lenta e assustadora em muitas partes. E, se a lealdade de Sam é admirável, a relevância de Sméagol neste caminho nos remete ao fato de que, muitas vezes, a ajuda vem de onde menos esperamos, e que é necessário ter humildade para reconhecer nossas limitações e a necessidade da ajuda do outro, por mais improvável que possa parecer.

Nesta edição, que é um volume único publicado pela MartinsFontes, a segunda parte da obra conta com 358 páginas que merecem ser lidas. O texto de Tolkien é delicado e de uma sagacidade incrível, tanto que é difícil escolher a melhor citação, pois marcações das frases foi o que não faltou.  São reflexões para a vida e leitura que segue!
Ainda não joguei toda a esperança fora. Não se sabe o dia de amanhã. O nascer do sol geralmente traz bons conselhos. 📚💭
Sobre o filme 📺

O filme “O Senhor dos Anéis -  As Duas Torres”, lançado em 2002, sob a direção de Peter Jackson, é sensacional! Porém, já traz algumas coisas da terceira parte da obra,“O Retorno do Rei”, o que, para quem não leu o livro, não representa problema, mas depois da leitura é difícil não se questionar a respeito de partes relevantes que se diferenciam em muitas coisas do enredo do livro. Mas, adaptação é adaptação, não é mesmo? Ainda assim, o filme vale o tempo dedicado, com destaque para a fotografia que é algo indiscutível de tão belo! 

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