No segundo livro de “O Senhor dos Anéis”, que na verdade é a
segunda parte do enredo, intitulado “As Duas Torres”, esta realidade está bem
presente. Nele, J. R. R. Tolkien nos revela como e porquê “A Sociedade do Anel”
se desfaz e como cada integrante da comitiva, em seu novo caminho, pode
contribuir para o êxito da missão dada a Frodo. E não, isso não é spoiler, afinal de contas a primeira
edição do livro foi publicada em 1954!
“As Duas Torres” é
dividida em dois livros, sendo o primeiro destinado aos personagens da comitiva
que não sabem para onde Frodo e Sam partiram. Ou melhor, até sabem, mas na
tentativa de encontra-los, perdem também os outros dois hobbits, os quais fazem
o possível e o impossível para reencontrar.
Na busca pelos dois pequenos, encontros e reencontros marcam
a trajetória de Aragorn, Gimli e Legolas. O caminho que percorrem, além de
reforçar os laços de amizade e lealdade, os coloca diante do desafio e da
oportunidade de transformar “A Sociedade do Anel” de um grupo formado por nove
pessoas, para um que envolva todas as forças do bem da Terra Média, dispostas a
enfrentar os representantes do mal.
E assim enfrentam o orgulho, muitas vezes ferido, de homens
sem esperança de vencer a guerra contra Saruman e Sauron, mas também sem muita
disposição para confiar e se unir a outros povos. Nada como a necessidade e a
urgência dos fatos, de uma guerra, para reverter situações desta natureza, não
é mesmo?
Por sua vez, o segundo livro desta obra é destinado ao
trajeto percorrido por Frodo e Sam até Mordor, mas sob a orientação de Sméagol
que, como já tinha sido revelado por Gandalf na primeira parte da saga, também
tem um papel relevante nesta história, do início ao fim. A briga interna da
criatura, os embates com Sam e a gradativa perda das forças de Frodo para o Um
Anel tornam a subida da Montanha lenta e assustadora em muitas partes. E, se a
lealdade de Sam é admirável, a relevância de Sméagol neste caminho nos remete
ao fato de que, muitas vezes, a ajuda vem de onde menos esperamos, e que é
necessário ter humildade para reconhecer nossas limitações e a necessidade da
ajuda do outro, por mais improvável que possa parecer.
Nesta edição, que é um volume único publicado pela MartinsFontes, a segunda parte da obra conta com 358 páginas que merecem ser lidas. O
texto de Tolkien é delicado e de uma sagacidade incrível, tanto que é difícil
escolher a melhor citação, pois marcações das frases foi o que não faltou. São reflexões para a vida e leitura que segue!
Ainda não joguei toda a esperança fora. Não se sabe o dia de amanhã. O nascer do sol geralmente traz bons conselhos. 📚💭
Sobre o filme 📺
O filme “O Senhor dos Anéis - As Duas Torres”, lançado em 2002, sob a
direção de Peter Jackson, é sensacional! Porém, já traz algumas coisas da
terceira parte da obra,“O Retorno do Rei”, o que, para quem não leu o livro,
não representa problema, mas depois da leitura é difícil não se questionar a
respeito de partes relevantes que se diferenciam em muitas coisas do enredo do
livro. Mas, adaptação é adaptação, não é mesmo? Ainda assim, o filme vale o
tempo dedicado, com destaque para a fotografia que é algo indiscutível de tão
belo!
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