Fernando Ramos da Silva tinha apenas 13 anos quando estreou
no cinema como protagonista do filme Pixote,
a Lei do Mais Fraco, em 1980. A oportunidade rendeu ao menino pobre de Diadema
(SP) fama, dinheiro e, principalmente, o sonho de uma vida melhor para ele e
sua família.
Porém, a realidade mostrou que os sonhos não são tão fáceis
de realizar e o astro sucumbiu. Com o dinheiro do filme premiado internacionalmente,
Fernando conseguiu comprar uma casa para a família, mas as oportunidades para
continuar atuando tornaram-se cada vez mais escassas.
As dificuldades do cotidiano familiar e a pressão do irmão mais
velho, que sustentava a casa por sua atuação na criminalidade, levaram Fernando
a encarnar a experiência vivida no cinema como Pixote.
No filme, Pixote era um vendedor de chicletes que se envolve
com o crime e acaba morto pela polícia. Mesmo que de maneira inconsciente,
Fernando reproduz a vida de Pixote ao começar a roubar carros sob a influência
do irmão.
A repercussão da primeira prisão de Fernando o transforma em
alvo dos policiais que foram criticados pela atuação. A vida do menino que
sonhava em seguir a carreira de ator fica cada vez mais difícil, pois de um
lado tinha as necessidades diárias a serem supridas por um salário mínimo que não
era suficiente para comprar comida para a mulher e filha, recém-nascida. Por
outro lado, a pressão do irmão e a perseguição policial se somavam às negativas
dos conhecidos para novos papeis.
A sucessão de erros e falta de orientação familiar e também por
parte daqueles que apresentaram ao menino pobre de Diadema (SP) uma nova possibilidade
de vida culminaram com a morte de Fernando Ramos da Silva, em 25 de agosto de
1987.
A trajetória do menino é retratada no filme Quem Matou Pixote?, lançado em 1996, e revela
a execução de Fernando pelos policiais de São Paulo.
O caso também é abordado por Caco Barcellos, no livro Rota 66 – A História da Polícia que Mata,
no capítulo 20 intitulado Pixote, como no
filme. Nesta passagem da obra, o jornalista relata que um funcionário do
hospital municipal de Diadema entrou em contato com ele assim que o corpo de
Fernando foi levado para o hospital pelos policiais militares de São Paulo, com
a falsa pretensão de socorro para uma vítima fuzilada, à queima-roupa, por sete
disparos, dos quais cinco foram no peito, sendo três sobre o coração.
A reflexão sobre esses fatos é mais que necessária! 💭
Excelente blog!!
ResponderExcluirSaudades