Como não amar uma cidade tão bela quanto Natal? O clima, as
praias, as pessoas, o conjunto da obra -
como costumamos dizer – faz da capital potiguar um dos destinos turísticos
mais procurados (e caros!!!!) por turistas brasileiros e do exterior.
É natural que esta procura resulte em uma preocupação por
parte dos gestores públicos para manter a cidade organizada, limpa e bonita aos
olhos dos visitantes e, é claro, dos natalenses.
Apesar dos esforços, alcançar os resultados esperados não é
tão fácil. Há menos de um mês, uma amiga passou uns dias em Natal e achou a
cidade malcuidada em comparação a outros períodos.
Disse a ela que para quem viveu o nefasto período da gestão
Micarla de Sousa, que conseguiu deixar a cidade literalmente submersa no lixo,
o momento atual é de pura glória para os moradores. O problema é que quando não
temos parâmetros de qualidade adequados, qualquer coisa feita parece ser muito,
mesmo que de fato não seja.
E neste sentido, vale ressaltar que amar não significa não
ver aquilo que precisa ser corrigido na Noiva do Sol. Penso que, na verdade, a
questão é exatamente o contrário disso, afinal, quem ama cuida e quem cuida
quer melhorias, mesmo compreendendo que existem limitações e que, na medida em
que um problema for resolvido, outro surgirá.
Quem acompanha as redes sociais deve ter visto alguns dos
debates a respeito da instalação de letreiros de concreto com o nome da cidade em
três pontos da capital. O primeiro foi inaugurado ontem, em Areia Preta. Mais
dois serão instalados em Ponta Negra e na Redinha. O problema, apontam alguns,
não está na instalação dos letreiros, mas na falta de manutenção e preservação de
equipamentos já existentes, como as praças.
Segundo informações divulgadas pela Prefeitura, o letreiro
instalado em Areia Preta custou 40 mil reais, tem 1,70m de altura, é formado
por letras preenchidas - não ocas - de concreto e será permanente. O acabamento
da estrutura foi feito com uma pintura especial idealizada pelo artista
plástico Flávio Freitas. O investimento tem como objetivo fazer da obra um
atrativo turístico.
Passei correndo por lá hoje e posso afirmar que o letreiro
já é ponto de parada de quem passa pelo local. O intenso movimento torna quase
impossível fazer uma foto sem ter ninguém entre as letras. Isso significa que o
objetivo da Prefeitura foi alcançado? Aí depende do referencial.
Tornar a praça da Jangada um ponto turístico que vai ajudar
na divulgação da cidade é uma boa iniciativa. Sem dúvida. Mas, e a praia,
abaixo do letreiro, interditada há não sei quanto tempo devido à poluição causada
pelo esgoto que é jogado ali?
Não me lembro a última vez que coloquei os pés na areia
dessa praia, avalie a última vez que ousei entrar naquele belo mar. Apenas o
admiro, pois não são raros os casos de pessoas que contraíram problemas de pele
por ignorar os avisos de interdição.
Além da poluição da praia que a tornou imprópria para banho,
o calçadão continua malconservado, com buracos e forte odor em alguns trechos,
sem falar na falta de policiamento. E não adianta dizer que a responsabilidade pela
solução de todas essas questões não é só da Prefeitura. Buscar ações integradas
é mais do que uma necessidade é obrigação do gestor para otimizar o uso do
recurso público, escasso por natureza.
O turista vai parar para fazer foto no letreiro. Mas, além dele,
vai ver a falta de cuidado com a praia e o entorno. Afinal, gastar em
maquiagem, não é cuidar da cidade.
A foto tirada no meio da corrida está péssima, mas é a que tem! =P |