Domingo, sete de outubro de 2018.
Na agenda, apenas as demandas do trabalho e do doutorado a
serem atendidas, além do compromisso com a eleição que, neste ano está sendo
[ainda teremos segundo turno] para Presidente, Governador, Senador (duas vagas),
Deputado Federal e Deputado Estadual.
Como o local de votação é uma escola que, desde sempre,
registra longas filas, a opção foi por votar depois do almoço.
Para manter a concentração e controlar a ansiedade, nada de
redes sociais, apenas uma geral nas notícias e uma última checagem nos candidatos
que, há pelo menos, três eleições têm sido escolhidos mais por exclusão do que
por convicção.
Realidade triste, não?
Para quem como eu, tem convicções ideológicas que, de
maneira simples, demonstram não haver desenvolvimento real sem justiça social, tomar
decisões por exclusão significa, em grande medida, colocar a análise programática
para segundo plano.
Nesse caminho, é praticamente impossível não personalizar as
campanhas. E aí, mais uma vez perguntamos, como transformar tal realidade?
O processo eleitoral é marcado por mais respostas do que perguntas,
porque esta é a natureza da gestão pública: dar respostas às demandas sociais.
Sendo assim, elas não têm como ser apresentadas antes, apesar de poderem ser
previstas, em maior ou menor grau.
Mas, quem se importa?
Este é outro questionamento que me acompanha há mais de uma
década, pelo menos.
É angustiante perceber a dificuldade para compreender de que
não existem respostas simples para os problemas complexos da sociedade. Mais
que isso, que para a identificação das melhores alternativas é preciso que
todos participem e colaborem, mas não apenas a cada quatro anos.
A complexidade do trabalho começa daí! As pessoas querem
respostas, mas não querem se comprometer com o processo. Contraditório, não?
Esta busca por respostas simplórias justifica em grande
medida, os 49.275.358 (quarenta e nove milhões, duzentos e setenta e cinco mil,
trezentos e cinquenta e oito) votos, que representam 46,03% dos votos válidos
deste domingo para um candidato à presidência da república incapaz de dialogar
com a sociedade, tanto pela postura intolerante e, consequentemente,
desrespeitosa às diferenças, como pela demonstrada inabilidade de compreensão da
língua portuguesa.
Do momento do voto até o final da apuração, acompanhada pelo
site do Tribunal Superior Eleitoral, foi impossível concentrar em qualquer outra
coisa. A ansiedade tomou acento no peito que sentiu o medo comprimir a passagem
de ar, diante da possibilidade de ser testemunha da institucionalização do caos
que aí está.
A confirmação do segundo turno foi um suspiro de esperança para
quem compreende que a sociedade só evolui pelo fortalecimento da coletividade, não
do individualismo.
O outro precisa de mim, assim como eu preciso de outras pessoas
para tudo nesta vida, inclusive para vencer uma eleição. Que isso não seja
esquecido nos próximos dia!
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