Em A mulher brasileira,
Lima Barreto propõe ao leitor a observação crítica da vida urbana nacional de
1911, ao relatar o hábito de, em reuniões familiares, os homens prestarem
homenagens às mulheres brasileiras, representada na mulher da casa, como se, sem
exceção, todas fosse exemplos de mulher, esposa, filha, irmã, entre outras
coisas.
Depois de testemunhar mais um momento como esse, Lima
Barreto questiona o leitor sobre a veracidade das palavras e passa a mostrar
que o que se diz da mulher brasileira, na verdade faz-se referência à mulher das
grandes sociedades do ocidente que, inclusive, representam influência
significativa na vida e na obra de autores como Honoré de Balzac.
Porém, observa Barreto, esse não é o caso do Brasil.
Não há num Raul Pompéia influência da mulher; e cito só esse exemplo que vale por legião. Se houvesse, quem sabe se as suas qualidades intrínsecas de pensador e de artista não nos poderia ter dado uma obra mais humana, mais ampla, menos atormentada, fluindo mais suavemente por entre as belezas da vida?
O escritor justifica seu posicionamento, mas ressalta que as diferenças não são, necessariamente negativas. O que ele destaca é a necessidade de desenvolvimento da percepção e reflexão críticas sobre os acontecimentos do cotidiano que nos envolvem, estão repletos de significado e, justamente por isso, precisam ser compreendidas.
O livro Crônicas,
de Lima Barreto, está no Domínio Público. Para ter acesso a ele, clique aqui e boa leitura!
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Dia 67 |
365
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