Na
última sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018, assisti a duas defesas de
trabalhos de conclusão de curso do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd)
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN, ao qual estou vinculada como doutoranda.
Os
alunos regulares dos cursos de mestrado e doutorado são orientados a participar
desses momentos que, para muitos, é apenas protocolar, mas que, na verdade, representam
uma oportunidade única de reflexão aprofundada sobre a temática do trabalho
apresentado.
A
primeira defesa que acompanhei foi a da tese da doutoranda (agora doutora!)
Adriana e Silva Sousa, intitulada As
condições de trabalho de professores do ensino médio em escolas estaduais da
cidade de Teresina – PI. Além do orientador e dos três professores do PPGEd
| UFRN, a banca examinadora contou com a participação da professora Dalila
Andrade de Oliveira (UFMG).
Para
compreender a análise do objeto de pesquisa, os professores e a doutoranda discutiram
a respeito do referencial teórico que tratou sobre o neoliberalismo,
neodesenvolvimentismo, Nova Gestão Pública, estruturação de carreira,
sociologia das profissões, mudanças na legislação, Taylorismo-Fordismo,
Toyotismo, revisão do modelo clássico liberal, o redimensionamento do Estado,
ampliação dos direitos sociais, entre outros temas, além de destacar a
importância da mediação entre os tempos, tendo em vista a teoria ter sido
elaborada em um contexto diferente do qual está sendo aplicado.
Toda
essa discussão foi permeada pela indicação de referências que embasam os argumentos
apresentados e são uteis não apenas para a doutoranda, mas para os estudantes e
professores que participam do momento e têm interesse na temática e/ou alguns dos
pontos abordados.
A
segunda defesa do dia foi a da dissertação da então mestranda Maria Luciene Urbano
de Barros, que teve como tema Função política-pedagógica
do conselho escolar da Escola Municipal Professor Antônio Campos. O
professor externo à instituição foi Swamy de Paula Lima Soares, da UFPB.
Neste
caso, a discussão partiu dos teóricos sobre o poder, autoridade e educação,
como Platão, Aristóteles, Marx, Engels, Hannah Arendt, Paulo Freire, Libaneo,
Luiz Dourado, Bresser-Pereira, Norberto Bobbio, entre outros, para possibilitar
a reflexão sobre a análise da democracia e da gestão democrática, em especial,
a participação dos conselhos escolares no fortalecimento da identidade e da
cultura escolar, assim como a importância da formação docente, por vezes precarizada.
Destaque
para as dicas de leituras, como a obra de István Mészáros (filósofo húngaro,
apontado entre os mais importantes intelectuais marxistas da atualidade); A criança fala – A Escuta de Crianças em
Pesquisa, de Silvia Helena Vieira Cruz; Estado
Pós-Democrático – Neo-obscurantismo e Gestão dos Indesejáveis, de Rubens R.
R. Casara; e Assimetria e Desafios na Produção
do Conhecimento – A Pós-graduação nas Regiões Norte e Nordeste (Anped).
Como
bem disse um dos professores durante as defesas, a banca é um momento de autorreflexão acadêmica! E como!😊
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