A farra com o dinheiro público e a falta de pudor dos beneficiados e dos parlamentares - responsáveis pela nomeação de milhares de pessoas - chocam e revoltam quem dá duro para receber cada centavo de salário ao final do mês e espera que os parlamentares trabalhem em benefício do coletivo e não em causa própria, como tem sido revelado.
O lado bom disso tudo é que a imoralidade e a inexistência de zelo com a coisa pública estão deixando de ser acobertadas e passando a ser de conhecimento público. Esta nova dinâmica permite à nós, cidadãos, atuar de maneira proativa para transformar a realidade, ao mesmo tempo em que semeamos uma nova cultura no país.
No livro #1822, o jornalista Laurentino Gomes faz um relato dos nove anos relativos ao primeiro período do Brasil Império, desde os fatos que antecederam a proclamação da independência do País como colônia de Portugal, após o retorno de D. João VI à terra lusitana.
As práticas que vemos hoje no parlamento potiguar não diferem muito daquelas relatadas por Laurentino Gomes em suas obras, que nos mostram, entre outras coisas, como se deu a formação da identidade nacional desde a abertura dos portos brasileiros para o mundo, em 1808, ano da vinda da família real para o Brasil. Desde então, a corrupção, a improbidade administrativa e a promiscuidade nas relações firmadas pelos detentores – mesmo que temporários - de poder estão sempre presentes nos relatos históricos.
No segundo livro da trilogia (#1808, 1822 e 1889), o jornalista nos apresenta perfis de personagens importantes da nossa história, como o de D. Pedro I, da princesa Leopoldina e José Bonifácio.
A obra revela que o jovem imperador, apesar do cargo que ocupava, mantinha negócios paralelos e nem sempre lícitos para ‘faturar por fora’, fazendo uso do poder real que detinha para lucrar. José Bonifácio era capaz de deixar as mais fortes convicções pessoais de lado para garantir o êxito dos projetos de poder que desenvolveu como ministro de Pedro I. A austríaca princesa Leopoldina tinha status, posição, mas para se sustentar minimamente e manter as aparências, dependia de agiotas.
O tripé formado por poder, dinheiro e sexo, não necessariamente nesta ordem, que desde sempre move o mundo, também é responsável por várias das transformações pelas quais o Brasil passou. Domitila de Castro, a marquesa de Santos, é exemplo desta realidade, também relatada no livro.
Além da referência aos nomes que marcaram o primeiro reinado do Brasil independente e das práticas de desrespeito às instituições representativas, à legalidade e moralidade com a coisa pública, por exemplo, Laurentino Gomes revela o protagonismo do Nordeste brasileiro no processo de reordenamento político e manutenção da composição geográfica do País.
As batalhas travadas pelos nordestinos e que são detalhadas em 1822 reforçam a percepção do quanto ainda precisamos resgatar e preservar a história do Brasil. O conhecimento desses fatos modifica [ao menos deveria] a ideia amplamente difundida de que o fato de não termos brigado por terra é justificativa para nosso frouxo sentimento patriótico.
O papel das sociedades secretas atuantes no Brasil e no mundo é outro elemento mencionado no livro que não pode ser desconsiderado no campo indutor das transformações políticas as quais o país foi submetido no século XIX.
Assim como o significado das cores verde e amarelo que nos representam, revelado em 1822, ainda há muito a se conhecer deste País. E para nos dar um pouco mais de noção a respeito de quem somos e a origem de certas características nacionais, Laurentino Gomes passeia por fontes como Joaquim Nabuco, Raimundo Faoro, Dan Brown, Boris Fausto, entre outros. Entender o passado, nos permite mudar o presente para construir um futuro diferente. Então, vamos às páginas de #1889 Emoticon wink#leiasempre #historiadobrasil
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| Publicação da Nova Fronteira Participações S.A. |
Emoticoo
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