Houve um tempo em que ter um diploma era sinônimo de quem somos e das oportunidades que teríamos a partir da conquista do certificado que, como tal, asseguraria que aquele que o detém é capaz de entregar à sociedade o que o papel diz, mesmo que não fosse – e ainda não seja - necessariamente assim.
Porém, com o desenvolvimento das novas tecnologias da informação e da comunicação que resultou na ampliação do acesso aos conhecimentos que, até bem pouco tempo, eram restritos à determinados grupos sociais, tem-se a ideia de que os diplomas não são mais necessários. O que também não é necessariamente uma verdade.
Se por um lado, os detentores de diplomas nem sempre dispõem das habilidades que o papel certifica, a facilitação do acesso à informação coloca os indivíduos diante de um volume infinito, literalmente, de possibilidades e caminhos que podem dificultar mais do que facilitar a estruturação da jornada de aprendizagem.
É nesse lugar de aparente dicotomia que o ambiente da formação sistematizada e da aprendizagem não linear se encontram, pois, ambas não devem ser vistas como excludentes, mas como pontos de partida para que o domínio de determinado conteúdo, de fato, aconteça, só que por caminhos distintos.
Os cursos sistematizados têm como vantagem a estrutura na qual os conteúdos são organizados, que delimita os conhecimentos básicos que o estudante precisa construir para obter a certificação pretendida. Ressalto que conhecimentos básicos são o que são e como tal representam apenas o início de uma jornada que é contínua, para a vida, de maneira autônoma. Ao menos deveria ser.
A continuidade pode e deve se dar no ambiente ampliado de acesso à informação que permite não só o aprimoramento dos conteúdos básicos delineados pelo curso sistematizado, como favorece o aprofundamento em temas específicos e complementares aos iniciais, porém, de forma já orientada. Chegar a esse momento é algo bem diferente de estar diante de uma vasta biblioteca, por exemplo, sem saber por onde começar a leitura para um fim específico. Afinal, a autonomia é construída a partir da aprendizagem inicial e com o que somos capazes de fazer com ela.
Se não há dúvida de que todo indivíduo é capaz de definir a própria trajetória de aprendizagem a ser seguida para a construção do conhecimento, é indiscutível que ter uma estrutura orientadora diminui a distância entre os pontos de partida e chegada. Diante de um volume infinito de dados, ter essa orientação resulta em economia de tempo, na medida em que auxilia a curadoria para a definição dos conteúdos a serem explorados ao longo da jornada que é pessoal e intransferível, mas associada a um conteúdo já ordenado, porém em constante atualização por parte daqueles que têm refletido sobre o assunto há mais tempo.
Para começar, a sugestão é o estudo da bibliografia básica do curso sistematizado. A partir dela e das referências que ela oferece há uma gama de novas referências a serem selecionadas e seguidas que não são definitivas, mas, sem dúvida, um ponto de partida pertinente aos objetivos traçados.
Em uma vida, não há tempo suficiente para ler e estudar tudo o que aí está à disposição, por isso, fazer bom uso desse direcionamento representa um impulso significativo no processo de aprendizagem. Um diploma não é tudo, mas, sim, é muita coisa e cada vez menos dispensável.
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