06 julho 2016

A experiência com o leitor digital



A conclusão da leitura de “Como eu era antes de você”, de Jojo Moyes (Editora Intrínseca), representa o primeiro livro lido na íntegra no Kindle, apesar de tê-lo há alguns anos. 

Mesmo com a resistência inicial, não posso dizer que foi uma experiência desagradável. Muito pelo contrário! A praticidade e a leveza para levar o leitor digital para qualquer lugar na bolsa, coloca o livro impresso em segundo plano, pelo menos neste quesito.

Sem o brilho característico da tela do computador, a leitura realmente flui bem. Mas, para os apaixonados pelo impresso, como eu, é difícil abrir mão do prazer de passar as páginas na expectativa do que virá.

E por falar em páginas, este é um dos problemas do Kindle para mim. Ele não informa a quantidade de página da obra, mas sim a quantidade de caracteres e o percentual percorrido.
Sinceramente, não gostei.

É provável que minha reclamação seja parte integrante do conjunto de características que me levam a justificar a preferência pelo impresso. Afinal, é natural que a adaptação ao novo formato não resulte apenas da inclusão do livro no ambiente virtual e traga diferenças que tornam a experiência única.

As peculiaridades do meio exigem uma linguagem própria que nos convida a sair da zona de conforto que o modelo tradicional apresenta. Lidar com processos de mudança, sempre resultará no enfrentamento de elementos diferentes que, não necessariamente, são ruins. 

Precisamos nos permitir novas experiências para que assim possamos nos adaptar ao novo. A praticidade de fazer destaques e marcações que podem ser facilmente retomadas de maneira separada, como que em um sumário a parte, é um atrativo do formato. 

Nesta semana, retomei a leitura de Maquiavel, da coleção Os Pensadores (Editora Nova Cultural), e o contato com as páginas impressas é um afago natural ao apego fortalecido pelo hábito. Este foi o último livro sorteado na Book Jar e representa a retomada do projeto de leituras e publicação das resenhas semanais. 

Para não fechar o caminho recém-aberto para um relacionamento mais duradouro com o leitor digital, a cada três livros impressos lidos, um digital será apreciado. A lista das obras digitais ainda está sendo reorganizada. 

A inclusão deste formato no desafio literário representa tanto a criação da familiaridade com o Kindle, como a flexibilização na imposição das leituras, já que a escolha do título na versão digital será livre. 

Maquiavel ensina que a preocupação com as estratégias de ação deve ser constante a partir do exercício do pensamento. Vamos a elas!


“No que diz respeito ao exercício do pensamento, deve o príncipe ler histórias de países e avaliar as ações dos grandes homens, verificar como se conduziram nas guerras, analisar os porquês de suas vitórias e derrotas, para ser capaz de escapar destas e imitar aquelas; deve, principalmente, agir como teriam agido em épocas remotas alguns grandes homens, que imitavam os que antes deles tinham sido glorificados. ” (Nicolau Maquiavel | o Príncipe)

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