A notícia da morte do ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera, descoberta durante a leitura da edição do jornal O Globo da quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024, despertou reflexões sobre a conexão entre as formas como vivemos e morremos. Piñera morreu aos 74 anos, em um acidente de helicóptero, que caiu na região do Lago Ranco, a 920 km da capital do país, Santiago.
Doutor em Economia Política pela Universidade de Harvard, Piñera era empresário com atuação em diversos setores, dentre os quais, a aviação, antes de ingressar na política partidária. Entre outras coisas, ele foi acionista da LAN, atual Latam, e pilotava o helicóptero, encontrado pela Marinha, a 28 metros de profundidade no Lago, no qual afundou após o choque com a água.
O relato das autoridades chilenas revela que as três pessoas que estavam na aeronave com Piñera conseguiram se salvar porque o ex-presidente fez uma manobra que possibilitou a eles soltar os cintos de segurança, pular da aeronave e nadar para um lugar seguro. Sebastián Piñera era piloto desse tipo de aeronave desde 2004.
Para além das conquistas profissionais e do serviço público prestado à sociedade que marcaram a trajetória de Piñera, a tragédia que envolveu a própria morte, não foi a primeira com a qual lidou. Em agosto de 2010, primeiro ano do primeiro mandato presidencial, Piñera esteve a frente do resgate dos 33 mineiros soterrados durante 69 dias, após o desabamento da Mina San Jose, de exploração de cobre e ouro, localizada no Deserto do Atacama, e que contou com a cobertura de cerca de 1,5 mil jornalistas de todo o mundo. Este episódio é considerado o maior resgate do mundo nesse tipo de salvamento. Leia mais sobre isso aqui.
Durante o segundo mandato como presidente do Chile, Sebastián Piñera teve que ligar com a pandemia da Covid-19 que, segundo a última atualização estatística feita pela Reuters, em 15 de julho de 2022, o país teve 4.103.590 infecções e 58.878 mortes relacionadas ao coronavírus desde março de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a doença causada pelo novo coronavírus passava a ser caracterizada como pandemia, a primeira causada por esse tipo de vírus e, ao mesmo tempo, com a possibilidade de ser controlada.
O corpo de Sebastián Piñera foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros, sem o cinto de segurança, ao lado do helicóptero, cerca de 40 minutos após o registro do acidente junto à central de emergência do Chile, por volta das 15 horas. Após a autópsia, a causa da morte foi identificada como afogamento, em decorrência de asfixia por submersão.
O atual presidente do Chile, Gabriel Boric, decretou luto de três dias no país, período no qual aconteceu o velório de Piñera, iniciado na antiga sede do Congresso, em Santiago. De lá, o caixão do ex-presidente foi levado, sob escolta, à Catedral Metropolitana, ao Palácio Presidencial La Moneda, de onde foi levado, na sexta-feira, 9 de fevereiro, para o cemitério Parque del Recuerdo.
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