Um
dos maiores desafios organizacionais da atualidade está na
identificação e desenvolvimento de líderes, para garantir (?) não
só a sobrevivência da organização, mas que ela seja competitiva
em um mercado cada dia mais exigente. Por mais que as características
individuais sejam relevantes neste processo, outros elementos devem
ser levados em consideração para o eficaz alcance dos resultados.
Lendo
sobre liderança nos últimos dias, me deparei com uma reflexão
proposta por Maximiano (2012), em seu livro Teoria Geral da
Administração - Da Revolução Urbana
à Revolução Digital, sobre o consentimento que, segundo o autor,
nos dá a ideia de identidade de interesses e é base para a
ocorrência da liderança.
Maximiano
(2012, p. 284) observa que
"A grandeza do líder mede-se mais pelo número de pessoas a quem sua mensagem influencia, e pela forma como ele apresenta essa mensagem, do que propriamente pelo conteúdo intrínseco da mensagem, que depende da sintonia com as necessidades e aspirações dos liderados."
Ou seja, não é o que
você diz, mas como
você diz.
Dentre
os elementos que influenciam no desenvolvimento de líderes, observa
ele, estão as circunstâncias
que podem tanto favorecer, como prejudicar a liderança.
Exemplo de perda da liderança como consequência das mudanças no
contexto é o ex-primeiro ministro britânico
Winston Churchill, que
exerceu indiscutível
liderança durante
a Segunda Guerra Mundial.
Há
poucos dias adquiri três números da coleção Grandes Biografias no
Cinema, da Folha de S.Paulo, sendo um deles "As Garras do Leão
- Um filme inspirado na vida de Winston Churcill."
O
filme é acompanhado de um livro
que, de maneira sucinta,
fala sobre a identidade e a personalidade do biografado,
além de apresentar a ficha
técnica, elenco, diretor, autores e dados relevantes a respeito do
filme. O conteúdo, apesar de resumido, oferece boas diretrizes aos
que tiverem interesse de continuar pesquisando sobre
o biografado.
Neste
caso, há referências a documentários e séries que também trazem
Churchill seja como
personagem central e/ou coadjuvante,
como a produção da Netflix,
The Crown, que teve a primeira temporada lançada este ano e vale
cada minuto. Em outro post
falarei sobre esta
série.
O
filme "As Garras do Leão" nos coloca em contato com os
primeiros 25 anos da vida de Winston Churchll e, sem medo, posso
revelar que é uma obra chata. Muito chata!
Isso porque a narrativa é lenta e enfadonha por ser presa a episódios como as participações de Churchill em batalhas de guerras que, apesar de variadas, parecem as mesmas. Na minha avaliação, tais fatos poderiam ser relatados com mais objetividade, dando mais dinamicidade ao filme.
Apesar disso, a obra é uma oportunidade de observarmos o que Maximiano disse a respeito das circunstâncias favorecerem o desenvolvimento dos líderes, pois Churchill era um oportunista.
Apesar disso, a obra é uma oportunidade de observarmos o que Maximiano disse a respeito das circunstâncias favorecerem o desenvolvimento dos líderes, pois Churchill era um oportunista.
Baseado
na autobiografia "Minha Mocidade" que, no Brasil, foi
traduzida por Carlos Lacerda, o filme revela um jovem Churchil que,
academicamente, pode ter seu rendimento considerado de mediano a
fraco, mas que sempre demonstrou sagacidade para o desenvolvimento de
estratégias que o permitissem avançar no
caminho que o levasse à conquista de
seus objetivos. A
meta dele era
ser político, como o pai. Com ou sem brilhantismo, ele conseguiu. A
história está aí para contar.
Mesmo
sendo um filme cansativo,
esse tipo de obra é importante tanto pelo aspecto histórico, como
para dar vida ao que a teoria nos explica. Aqui,
Churchill e Maximiano se complementam e nos ensinam o quanto é
necessário o desenvolvimento da capacidade de análise da
complexidade do ambiente
para bom desempenho pessoal e profissional.
Exercitar
o olhar nunca é demais!
O encontro entre Maximiano e Churchill estimula o exercício do olhar analítico |